Resenhas

        GALEANO, Eduardo. As Veias Abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM, 2014.

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Os países da América Latina não têm em comum somente a língua herdada de um antigo idioma, algo a mais os une, ou os vitimam. Partindo de uma visão marxista da história o uruguaio Eduardo Galeano [1]escreveu nos ano de 1970 “As veias abertas da América Latina" que se tornou um clássico, e como todo clássico há seus seguidores e seus críticos.  Neste livro o autor discute a exploração da América Latina desde os primórdios da colonização luso-espanhola. Escrito em um período turbulento de golpes na democracia latino-americana o clássico revela ao leitor uma história de exploração europeia sobre esta parte do continente americano, e denuncia o projeto neoliberal estadunidense e das elites.  Em uma linguagem fácil, implacável, não necessariamente acadêmica, Galeano expressa uma ideologia que permeia toda a obra. O passado explica o presente, nossa miséria se explica pelas sucessivas explorações o que fez da América Latina, nas palavras do autor, a região das veias abertas, onde tudo desde o descobrimento transformou -se em capital europeu e mais tarde em estadunidense. Para ele:  Há dois lados da divisão internacional do trabalho: um que alguns países especializaram-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perde esta é a primeira frase do livro e demonstra o pilar da obra em que o autor vai demonstrar fundamentando em uma vasta bibliografia as relações de exploração que se desenvolveram ao longo da história. Durante o exame dos países latino-americanos o autor expõem os períodos de esplendor e Vila - Rica que nos passado esbanjaram opulência e que logo foram expropriados. Galeano fala também da opulência do Nordeste brasileiro nos primeiros anos da colonização em contraste com o atual Nordeste.  Para Galeano os mais de 500 anos de história oficial da América, desde Colombo e Vespúcio, reproduzem o incessante abuso abusos das entranhas ricas, passando pelos recursos naturais até o consumo das vidas dos indígenas. Través de diversos exemplos relaciona a situação degradante do Continente a uma colonização que, em nome de Deus, dizimou civilizações inteiras, subjugou e assassinou milhares de negros escravizados. A América Latina pagou e paga um alto preço por sua importância primeira de ser rica em recursos naturais. Mudaram-se os tempos, vieram às máquinas, vieram novos exploradores, com nossas roupagens, nossos discursos legitimadores da exploração. 
Galeano tenta ao longo se seu livro-denuncia fomentar uma consciência latino-americana ainda que por este viés de países expropriados, pois nas palavras do autor ainda não se romperam os laços que nos unem aos europeus. Seria necessário, portanto, um olhar mais para dentro da América Latina, uma união entre os irmãos subdesenvolvidos da parte sul da América. 




[1] Eduardo Hughes Galeano, mais conhecido como Eduardo Galeano, foi um jornalista, escritor e militante uruguaio, nascido na cidade de Montevidéu, no dia 3 de setembro de 1940. Ele atuou como chefe de redação do periódico Marcha e também dirigiu o veículo Época, trabalhos realizados em sua cidade de origem. Neste período ele igualmente instituiu e administrou a revista Crisis, desta vez em Buenos Aires. Faleceu na mesma cidade, em 13 de abril de 2015, devido à problemas causados pelo câncer de pulmão.

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