segunda-feira, 7 de março de 2016

Evas e Pandoras: o mito do eterno feminino


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"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino” (Trecho do livro O segundo Sexo de Simone de Bouvoir) Poderia ter escolhido outra citação para o inicio desse texto, porém nenhuma expressaria mais o significado do dia internacional da mulher. Porque Simone? Porque ninguém poderia falar melhor do “ser mulher” que uma mulher, porque antes de ser filósofa ela foi mulher, porque tenta desconstruir o mito do “eterno feminino”, “da donzela ingênua”, da "virgem profissional” dentre tantos outros forjados pela civilização para que nós, mulheres, nos convencemos que éramos de fato o “segundo sexo” em ordem de classificação e importância.  
Hoje, 08 de março, certamente receberemos flores, cartões, chocolates, porém os que mais gostaríamos de receber seriam: menos assovios nas ruas, menos pressões sociais, menos controle sobre os nossos corpos. Que aquelas, aproximadamente 130 tecelãs, que morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano das quais os gritos  deriva esta data nos sirvam de inspiração para que continuemos a lutar, não para sermos o primeiro sexo, mas que possamos ser donas de nossas escolhas. Que a liberdade seja nossa luta diária, que nada nem ninguém nos aprisione.  Que a mulher de verdade não seja a Amélia da canção, nem a Eva culpabilizada pelo pecado original, nem pandora pela curiosidade. Mas que sejam Anitas, Olgas, Quitérias, Joanas, e tantas outras que nos servem de inspiração, que sejam Messalinas, Cleópratas, não estas difamadas pela história escrita por homens, mas aquelas que ousaram escrever suas próprias histórias. 

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Carla, certo dia ouvia uma mulher sobre o fato que só uma mulher pode defender os pontos do feminismo, concordo. Mas as vezes eu acho super triste essa divisão que aparece somos nós (mulheres ) e eles (homens) . Não vejo significado quando uma mulher acha que adquirir traços machista, só que numa versão feminista de excluir e estratificar, é o jeito certo de acaba com essa história de "segundo sexo" ou "sexo frágil".

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    1. Sim,também temos homens "feministas" isso é ótimo, pois o feminismo não é avesso do machismo, pois este é um sistema de dominação, e o feminismo não. Um dia desses um aluno perguntou a mim, se eu era feminista, e disse que sim, e ele: "Eu também", e esta frase nunca havia ouvido de nem uma garota.

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