segunda-feira, 30 de maio de 2016

Não se nasce machista, torna-se





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“Mas do que qualquer outro, o olhar sobre as mulheres é mediatizado; é preciso decifrar a natureza desta mediação.”
                                                                                                                       Michelle Perrot  





Passamos por um momento de revisionismo sobre diversos assuntos a incluir o feminismo. Para o senso comum, e para quem repassa isto ao grande público, o feminismo seria o contrário do machismo o que se constituí um engano grasso. Vejamos, o machismo é um sistema de dominação no qual por meio da violência física ou simbólica o homem se sobrepõe sobre a mulher, neste sistema de dominação as tarefas referentes à vida pública ficam legadas ao homem enquanto da vida privada à mulher.  Este modelo de sociedade patriarcal foi dominante (isso não significa o único) nas mais diversas sociedades e foi forjado ao longo da história.  Este modelo começou a ser questionado em maior grau como o advento da sociedade industrial, mas resquícios dele permeiam a sociedade. No caso do nosso país estes laços com o passado machista ainda não se romperam, e estão aí presentes nas piadas, na violência doméstica, na descriminação no mundo do trabalho, na violência sexual e na tentativa de controle de nossos corpos pelo Estado que é formado politicamente em sua maioria por homens.
Engana-se quem acredita que o machismo é inerente apenas ao gênero masculino, encontramos muitas mulheres com o mesmo pensamento, acreditando que estes espaços são sacralizados, e criticando arduamente seu próprio gênero, dissidente. Acredita-se que o feminismo é coisa de mulher mal amada, gay ou feia, não entendem que a luta é contra o sistema de dominação e controle de nossos corpos, e não contra os homens (também há homens feministas). Esta visão deturpada do feminismo tem gerado “calorosos debates” nas redes sociais que têm se tornando porta- voz de todos os preconceitos que estão no seio da nossa sociedade. Uma multidão repetindo discursos de seus líderes religiosos, ou políticos, ou ainda aquele apresentador “engraçado” que jorra opiniões sem nenhuma fundamentação. Questões como esta, e outras precisam de maiores esclarecimentos.  Conhecimento é o que falta; ignorância, preconceito, é o que sobra. Como professora sei o quanto é difícil lutar contra a cultura, contra o que aparece como natural, nossa luta é árdua, é conseguir um de 40, mas é esse um, que consegue mais um, que consegue mais um...e assim vai, é um longo processo. 

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