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“Mas
do que qualquer outro, o olhar sobre as mulheres é mediatizado; é preciso decifrar
a natureza desta mediação.”
Michelle Perrot
Passamos
por um momento de revisionismo sobre diversos assuntos a incluir o feminismo.
Para o senso comum, e para quem repassa isto ao grande público, o feminismo
seria o contrário do machismo o que se constituí um engano grasso. Vejamos, o
machismo é um sistema de dominação no qual por meio da violência física ou
simbólica o homem se sobrepõe sobre a mulher, neste sistema de dominação as
tarefas referentes à vida pública ficam legadas ao homem enquanto da vida
privada à mulher. Este modelo de
sociedade patriarcal foi dominante (isso não significa o único) nas mais
diversas sociedades e foi forjado ao longo da história. Este modelo começou a ser questionado em maior
grau como o advento da sociedade industrial, mas resquícios dele permeiam a
sociedade. No caso do nosso país estes laços com o passado machista ainda não
se romperam, e estão aí presentes nas piadas, na violência doméstica, na descriminação
no mundo do trabalho, na violência sexual e na tentativa de controle de nossos
corpos pelo Estado que é formado politicamente em sua maioria por homens.
Engana-se
quem acredita que o machismo é inerente apenas ao gênero masculino, encontramos
muitas mulheres com o mesmo pensamento, acreditando que estes espaços são sacralizados, e criticando arduamente seu próprio gênero, dissidente.
Acredita-se que o feminismo é coisa de mulher mal amada, gay ou feia, não
entendem que a luta é contra o sistema de dominação e controle de nossos
corpos, e não contra os homens (também há homens feministas). Esta visão deturpada do feminismo tem gerado
“calorosos debates” nas redes sociais que têm se tornando porta- voz de todos
os preconceitos que estão no seio da nossa sociedade. Uma multidão repetindo
discursos de seus líderes religiosos, ou políticos, ou ainda aquele
apresentador “engraçado” que jorra opiniões sem nenhuma fundamentação. Questões
como esta, e outras precisam de maiores esclarecimentos. Conhecimento é o que falta; ignorância,
preconceito, é o que sobra. Como professora sei o quanto é difícil lutar contra
a cultura, contra o que aparece como natural, nossa luta é árdua, é conseguir
um de 40, mas é esse um, que consegue mais um, que consegue mais um...e assim
vai, é um longo processo.
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