Google Imagens |
A palavra intolerância vem
do latim intolerantia, “impaciência,
incapacidade de aguentar”, de in-,
negativo, mais tolerans, “aquele que
aguenta”, de tolerare, “aguentar”. No
entanto conhecer a etimologia da palavra não basta para compreendê-la, olhando
em nossa volta a compreendemos muito mais, pois a vemos em toda parte. Que ela
vive em nossas raízes históricas é bem verdade, uma vez que a colonização foi
feita de forma violenta, exterminado, perseguindo, e penalizando indígenas e
africanos escravizados. Infelizmente, mesmo depois anos de governos
republicanos e democráticos (golpeados por diversas vezes é bem verdade) , as raízes da intolerância permeiam a sociedade brasileira que é
racista, machista, e excludente. Historicamente as elites mesmo sobre o viés do
pensamento liberal foram extremamente tradicionais e reacionárias, e o que é
pior, este discurso encontra-se também entre as classes sociais menos abastadas
que frequentemente repetem as intolerâncias das quais são vítimas com outros, formando
- se assim um ciclo vicioso e maldito.
Ultimamente vemos o
eclodir do ódio, em especial pelas redes sociais, parece que se perderam as
estribeiras e começa uma nova caça as bruxas. A quem culpar pela atual crise
politica e financeira? Vêm então as mais absurdas respostas e pensamentos
distorcidos do processo histórico e social brasileiro, e encontramos de tudo:
mulheres criticando o feminismo, pobres neoliberais, religiosos pedindo pena de
morte, jovens pedindo intervenção militar, figuras políticas carregadas de um
discurso de ódio sendo aplaudidas, por vezes, por pessoas atingidas por tal
ódio, dentre outras excentricidades que emergem em tempos de crise, emergem
porque sempre estivera aqui, esperando a hora de agir, guardando seu ódio.
Resultado a onda tenebrosa de intolerância que se arrasta pelo país, parece que
alguém apertou um botão e voltamos ao passado. Tudo isto é assustador, haja
vista que nos últimos anos a legislação obedecendo às vozes das ruas deu visibilidade
para as minorias historicamente marginalizadas, tudo isto parece ameaçado. E se
tentamos historicizar a situação, somos chamados de comunistas, parece mesmo
que voltamos ao passado. Precisa-se de professor de história! Onde? Em todos os
lugares. Para quê? ´Para evitar que esta praga se alastre. Como diria Bertolt Brecht: O que não
sabe é um ignorante, mas o que sabe e não diz nada é um criminoso. Deste crime
estou livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário