segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A gente só conhece bem as coisas que cativou

                        
                                           
                                                                          É preciso explicar porque o mundo de hoje, que é horrível, é apenas um momento do longo desenvolvimento histórico e que a esperança sempre foi uma das forças dominantes das grandes revoluções e das insurreições e eu ainda sinto a esperança como minha concepção de futuro. Sartre, prefaciando Os condenados da terra, de Franz Fanon.            




A gente só conhece bem as coisas que cativou- disse a raposa. –Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos. Se tu queres um amigo cativa-me!

-Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.

É preciso ser paciente- respondeu a raposa. – Tu sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

Poucos livros são capazes de mexer tanto com a nossa sensibilidade como O pequeno Príncipe. O trecho acima trás  tona a discussão sobre a nossa sociedade que a cada dia torna-se  mais imediatista. O desenvolvimento tecnológico nos permite poupar tempo, se não quer ver o meio do filme, basta passar para o final. É tudo tão rápido, esquecemos como se cativa, como se mantêm os relacionamentos. Amizades de momentos, amores de uma noite. O extremo do êxtase e do vazio, esta é a sociedade contemporânea, esta é modernidade tardia.  As utopias são coisas dos livros de história, o amor transformou-se em um grande mercado cinematográfico, e tudo ficou tão liquido. O individualismo cresce e o homem se torna pequeno. Mas outra marca da sociedade contemporânea e a ESPERANÇA, acredito que é ela que move os poetas e os idealistas. Ouve-se voz clamando por mais sensibilidade, ouvem-se respostas positivas, ouvem-se pessoas dizendo sim ao AMOR, ouvem-se gritos desesperados pedindo por mais humanismo. Ouvi-se o Pequeno Príncipe falando baixinho no ouvido de muita gente: “Só se ver bem com os olhos do coração. O essencial é invisível os olhos. Quantas pessoas estão esperando para serem cativadas, sem pressa, sem medo.

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