Amantes de Clio

                                                                            Amo a história. Se não amasse não seria historiador... Para conhecerem a História virem resolutamente as costas para o passado e antes de mais nada vivam. Envolvam-se na vida... não fechem os olhos ao grande movimento da vida. Lucien FEBVRE.

           

A história é uma disciplina fascinante, pois por meio dela podemos compreender o processo pelo qual a humanidade passou e passa. Entender porque existem tantos mundos dentro de um só. Com ela percebemos os discursos e construções humanas. Ela nos proporciona o sonhar, o conhecer, mas não o conhecer por conhecer, pois desperta um desejo de mudança, e por isso ela também é utópica. Se assim não fosse não causariam tamanha paixão. Quando você faz história (na academia) você tem dois caminhos: o fazer por fazer, e o fazer por amor. O segundo é muito mais desafiador e muito mais humano. E ao final de quatro anos dizemos: somos historiadores. E o que faz um historiador? Ele dedica-se a pesquisa histórica, através de documentos reescreve o passado, sempre em função do presente. Mas voltando para a nossa realidade de país em desenvolvimento, a maioria vai para a sala de aula, e é lá que ele atua como fomentador de um mundo melhor, mas para isso não basta um diploma, tem que ter sensibilidade, tem que ser um viajante, um sonhador, um apaixonado, caso contrário nem ouse entrar, pois vai ter uma vida frustrante. Pois somente os amantes de Clio encontram em sua musa inspiradora a força para continuar acreditando. Não teria outro papel as utopias como bem nos mostra Eduardo Galeno: "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar". Afinal grandes conquistas humanas um dia forma um sonho, e um sonho quando encontra um sonhador prático vira realidade, pode até demorar, mas vira.