segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A obsolescência dos relacionamentos na era pós-industrial

                      




 
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Para alguns autores atravessamos a modernidade e vivemos em uma época onde os relacionamentos se desprenderam dos laços que os uniam em outros tempos, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman chama de “Tempos Líquidos.” Na sociedade pós-industrial as coisas não feitas para durar, um exemplo clássico é o celular, o que hoje é top de linha, amanhã se torna obsoleto. Móveis que eram passados de geração em geração já não são mais produzidos, na verdade na lógica do capitalismo seria um golpe se os objetos durassem. Agora vamos pensar no campo amoroso, em especial de uns 10 anos para cá com o surgimento de redes sociais capazes de agregar e conectar milhões de “amigos”. Desde então tudo mudou, a expectativa por um telefonema, um sms, um encontro, ou uma festa onde, somente nela, poderíamos ver a pessoa desejada. Agora é simples, você manda um convite, ser for aceito começa a conversa, e se algum dia a pessoa demore responder, é simples: você exclui, bloqueia e parte para o próximo. “A fila anda”, e eu me pergunto: Cadê o espaço para a dor? Sim, hoje quase ninguém tá disposto a sofrer por amor, ou sofrer por falta dele, ou melhor, sofrer por algo que não deu certo. O sofrimento é algo inerente aos seres humanos, Rubem Alves dizia que até as plantas sofrem. Esse período de luto é necessário, o sofrimento nos ajuda a crescer, a não cometer os mesmos erros. Confesso que me assusto com a facilidade que as pessoas rompem os laços, seja virtualmente ou mesmo fora das redes. A facilidade com que falam: “Te amo” e facilidade com que falam: “acabou”. Que laços são esses que estamos construindo? Onde nos perdemos? Estamos cada vez mais sós em meio a multidão. É tão difícil manter laços em um mundo onde a “fila anda”, onde as pessoas estão dispostas a entrar em outra relação, antes de tentar concertar a sua. Eu pertenço há esse tempo, mas ele não me pertence. 

3 comentários:

  1. Ainda bem que tem pessoas que pensam como você ainda hoje em dia. Apesar de que essa tendência ao "descartável" seja cada vez maior. E como você disse, é em tudo. Outro exemplo é no cenário musical. Artistas e músicas são lançadas todos os dias. Uma música de três meses atrás já é taxada como "velha" e eu ainda ouvindo anos 80 achando que é atual. Muito bom seu texto e blog. Parabéns.

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