Gostaria de argumentar (…) que a história serve, em última instância, para complicar a vida. Ou seja, ao explorar sistematicamente o “estranhamento” inicial, o historiador cria condições para a percepção do real como construção, como ‘invenção’ de seres humanos concretos em processo de interação e luta entre si. Em outras palavras, a história nos instiga a pensar o social – passado, presente e futuro – como processo tecido na contradição e na luta, e não como ‘anestesia’, como ‘mesmice’. “ Sidney Chalhoub.
Nos ensinaram que dia 07 de Setembro deveríamos marchar pelas ruas, ter disciplina, nos fantasiar em honra da pátria. Nos ensinaram a cantar belo hino cheio de palavras complicadas, nos ensinaram que esta data era importante, pois em 07 de Setembro de 1822 o Brasil havia ficado independente de Portugal, país opressor que mantinha nosso povo dominado, e que um homem forte e corajoso gritou sà margens de um rio chamado Ipiranga: "Independência ou morte!" Mas não nos ensinaram o sentido da palavra independência e nem que esse homem que era o próprio colonizador e que para o povo nada mudou. Esqueceram de nos ensinar a pensar sobre nossa identidade, sobre como ainda estamos conquistando nossa independência. Não nos ensinaram a questionar maravilhosa letra do hino nacional, nos ensinaram a repeti-lo. Não nos víamos representados em sua letra, mas repetíamos, até tentávamos fazer uma paródia mais interessante, mas eramos repreendidos. Quando crescemos descobrimos outra história. O quê? As tiais tão amáveis nos engaram? Não, elas também foram enganadas. Ufa!, ainda bem que descobrimos! Mas quantos ainda não sabem de fato o sentido da independência? Até que ponto somos independentes? Quanto essa independência feita de cima para baixo nos custou?
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