“Diante dos poetas e prosadores do Olimpo das
letras, não passamos com o chapéu à banda, curvando-nos respeitosamente. Chapéu
à banda, passamos gingando. Por obrigação do ofício, historiadores sociais são
profanadores”. Sidney CHALLOUB
História e literatura - há quem
jure que ambas se aproximam e há que jure que ambas se desliguem- Sim, elas se aproximam, mas não se misturam,
em um determinado momento elas se distinguem. Porque o objetivo final de cada
uma se difere, a literatura se utiliza da história para se apropriar de um
contexto social para desenrolar uma trama, um drama ou um romance cujo compromisso
é entreter, embora saibamos que a literatura vem realizando um importante papel
de denuncia social basta lembrarmo-nos de: Os miseráveis de Victor Hugo quem
não se emocionou e se revoltou contra a sociedade da época retratada, ou no
caso brasileiro: Vidas Secas de Graciliano Ramos. No caso dos romances citados
os autores se apropriaram de um contexto histórico e social. A diferença está no método porque história
sendo uma ciência está comprometida com a verdade dos fatos, ou a proximidade
com a verdade, ou ainda com o mais perto possível da veracidade dos fatos. A
Literatura pode se utilizar de personagens fictícios e reais para dá emoção á
escrita. Por muitas vezes é importante, isso para o historiador que se debruça
sobre a temática, observar o contexto do escritor, pois cada homem é fruto de
seu tempo e a literatura também está encoberta de ideologias – Iracema de José
de Alencar que conta a história da fundação do Ceará- é um brilhante exemplo de
como o autor se utilizou da literatura para fomentar uma identidade nacional
inspirada no índio, não no índio real do século de XIX, mas no índio mítico, no
bom selvagem. Discussões
historiográficas a parte Clio e Calíope andam de mãos dadas, ora se separando,
ora se reencontrando para a alegria de seus amantes e profanadores.
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